Nossa relação com a madeira, é um caminho que corre ao longo da história humana.
A habilidade em trabalhar a madeira foi fundamental em nossa evolução, desde afiar gravetos, com dentes ou pedras, aos cabos de machados, já usados pelos nossos ancestrais, a madeira é parte integrante da nossa história.
Durante essa jornada, aprendemos não só a manipular esse recurso, mas também a conservá-la. Desde as primeiras lanças endurecidas ao fogo, ao descobrimento de novos mundos em barcos revestidos de óleo e breu, dos mais finos violinos, a tronos de faraós revestidos em ouro, um caminho de aprendizado, tentativa e erros, em que o homem, ao logo da história, vem trilhando.
O acesso e a diversidade de produtos para acabamento, em épocas passadas, eram limitados, e, em sua grande maioria, utilizada por profissionais que possuíam bom conhecimento e afinidade sobre as opções disponíveis.
Voltando a tempos antigos, vamos nos deparar com produtos, como o alcatrão ou cera, sendo utilizados para a impermeabilização e proteção de embarcações. Embora ceras e resinas existam na natureza, e possam ser colhidas em sua forma pura, elas não se apresentam em uma forma de fácil aplicação. Porém, um caminho mais óbvio para nossos ancestrais, como uma forma de tratar a madeira de alguma forma, pode ter sido óleos vegetais, e gordura animal.
Os acabamentos a óleo são conhecidos pela sua fácil aplicação e manutenção, conferindo uma aparência natural à madeira, uma vez que não formam um filme sobre a superfície. Estão entre as mais fáceis formas de dar acabamento, bastando espalhá-lo sobre a superfície da madeira, deixando que penetre. Após um tempo para que a madeira absorva, basta remover o excesso com um pano limpo.
Os acabamentos a óleo não estão entre os mais duráveis, porém são excelentes quando o quesito é manutenção e reparos, por não criar filme na superfície.
Óleos secativos, como o óleo de Tung, e Linhaça, são usados em forma pura, ou com a adição de secantes. São considerados óleos penetrantes, e sua ideia básica é permitir que o óleo saturasse as fibras da madeira, e que após seu processo de cura, permaneçam ligados quimicamente á celulose e à lignina da madeira, através da criação de uma cadeia de polímeros, propriedade presente na natureza dos óleos secativos.
Em nossa jornada na marcenaria, é essencial a prática e experimentação dos diferentes tipos de acabamentos para a madeira, buscando proteção e beleza para nossos projetos. E sempre devemos nos lembrar que, não existe o acabamento perfeito, e sim, o acabamento ideal para cada situação.
Excelente, Leonardo Afonso! Conhecimento aliado à leveza de explanação! Aguardo, ansioso, a continuação!
Parabéns! 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻