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Preserve seu móvel de madeira

Quando percorremos a jornada de restauração de um móvel de madeira, encontramos várias caminhos. O primeiro, é a necessidade da restauração, que muitas vezes se torna mais caro que um "móvel novo", comprado ali, na loja da esquina. Varias são as razões de convencimento, entre elas, o material, a cultura, a técnica e a afetividade.


Sobre material, nos referimos sempre à madeira. Afinal, uma madeira colhida a mais de cem anos, certamente tem um diferencial da que temos acesso nos dias de hoje. É impossível contarmos com o cerne rígido de uma Imbuia bicentenária, ou de pranchas íntegras de um Mogno, ou de uma rara Guajuvira. As restrições de manejo, corte e industrialização, nos apresenta madeiras jovens, em desenvolvimento, o que nos limita como criadores. E mais: ao restaurar um móvel de madeira, desaparece a necessidade de ir na madeireira..

O trabalho de restauração exige paciência e dedicação
O trabalho de restauração exige paciência e dedicação

Quando falamos em técnicas, a história fica mais longa.


Mesmo que as técnicas de marcenaria sejam conhecidas e praticadas por séculos, ou até milênios, atualmente estão empobrecidas. Seja pelo desconhecimento histórico, ou pela simplificação quase necessária dessa nossa época. Vimos um rabo de andorinha substituído por um malhete simples, uma moldura produzida pelas icônicas plainas moldureiras, quando se podia combinar diversas fresas, substituídas pelas opções reduzidas de uma tupia manual. Nada contra a evolução, viva a tecnologia, mas não estamos obrigados a empobrecer a criatividade. Um móvel antigo, também nos traz questões culturais.


Um móvel Chippendale, um Luís XV, um Colonial Brasileiro, quem sabe uma Poltrona Mole do Sérgio Rodrigues, ou uma cadeira de palhinha de Joaquim Tenreiro, nos faça entender uma época, seus conceitos culturais, seus costumes e necessidades. Existem muitos estudos em várias áreas do conhecimento humano que passam pelo mobiliário. E, olha, isso não é pouco e ainda não falamos do aspecto afetivo.


Talvez não seja o seu caso, mas muitas pessoas trazem impresso na memória, o brilho dos cristais e pratarias da cristaleira da Bisa, ou os bibelôs enfileirados na penteadeira do quarto, locais esses proibidos para gente pequena. Mas a saudade guardou... Por isso, muitas vezes, nos encanta e fascina um móvel restaurado numa vitrine ou na casa de amigos. Assim, buscar no galpãozinho dos fundos, no porão, no sótão, aquele móvel desbotado e marcado de cupins e decidir pela restauração só tem aspectos positivos. Recuperamos a madeira, as fechaduras os puxadores de tantas mãos do passado. valorizamos aquele artesão dedicado, resgatamos a cultura de um tempo e de uma história e relembramos a nossa própria história.


Para mim, pessoalmente, como marceneiro e restaurador, todos esses sentimentos se unificam numa frase que nos acorreu no início dos anos 1990 e que fazemos questão de propagar em todas as oportunidades. Começa com o título desta crônica e termina num conceito de trabalho: Preserve seu móvel de madeira. O futuro será mais verde...



Cleber Saydelles


Cleber Saydelles é jornalista, marceneiro, restaurador, criador e apresentador do canal Madeira Prima


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